quarta-feira, 1 de outubro de 2014

"Me caiu os butiá do bolso"



Uma expressão lá da minha terra que significa nada mais do que espanto, isto foi o que senti quando em um grupo de brasileiros na França, uma francesa com apenas sete meses a morar no Brasil, escreveu muito melhor que 99% dos meus conterrâneos. Não quero de maneira nenhuma soar elitista, pois sei que fui uma privilegiada por ter estudado em escola particular, e também não falo de erros que exigem um maior conhecimento da língua portuguesa, mas tão e somente dos erros mais comuns que, com um pouquinho de boa vontade, poderiam ser curados. Voçê com cedilha, encomodar com "e", "inguinorância, "pesso" (ao invés de peço), mim conjugando verbo (exemplo: "mim" adiciona no face). É tanto erro junto e alguns são tão frequentes, que há momentos em que tenho de pensar bem se sou eu quem está escrevendo errado. 
Ainda estes dias deu uma briga porque alguns se sentiam desconfortáveis com a correção dos outros. O problema é que quem corrigia soltava vez por outra erros tão bobos como aqueles que criticava. Enfim... de todas as vezes que um francês escreveu um tópico no fórum, saíram-se muito melhor do que um nativo e ainda por cima, não se atreveram a corrigir ninguém. 

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Não posso morrer sem ver






                                                                    Positano - Itália

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Passeio de francês



Quarta feira passada o Fabian teve um passeio na escola, o primeiro deste ano letivo. A mãe aqui, escreveu o nome dizendo-se disponível todos os dias, assim como fiz no outro ano. Quando a professora chamou para ajudar a cuidar das crianças, imaginei que ia ser moleza como nas duas vezes em que o fiz, a prefeitura liberaria o ônibus que iria nos levar e buscar na porta da escola. Ledo engano. Segunda veio um bilhete para casa avisando-nos para comprar passagens de ida e volta para o tram. Fiquei responsável por quatro alunos, incluindo o meu filho, todo o caminho à pé até a estação (uns 10 minutos), no tram, na descida, no outro tram e finalmente na caminhada 15 minutos até o museu de arte moderna. 
No Brasil há uma expressão para isto: chama-se passeio de índio. Imagino que porque andar no mato seja algo ao mesmo tempo sem atrativo e perigoso. Achei que a professora não foi minimamente feliz em propor esta atividade, primeiro pelo trajeto que levamos boa parte do curto turno de três horas. Depois, pelo lugar. Pelamordedeus, museu de arte moderna?? Se eu tinha que me conter a cada minuto para não bocejar, como esperar que crianças de quatro a cinco anos achem aquilo interessante a ponto de ficarem quietas e prestarem atenção? Se ainda fosse um museu de arte com uma seção voltada ao público infantil ou com obras mais apelativas, mas não...colocaram-nas meia hora a olhar dois quadros acizentados de baixo relevo. Depois a ver um vídeo em que cães da raça weimaraner faziam coisas como se fossem humanos, com mãos humanas, mas com uma espécie de esqueleto de roupas à frente. No fim, a mocinha bem intencionada que os guiava, lhes propusera uma crítica às histórias infantis cujos personagens imitam nossos dramas de todo dia. Não sei se foi só eu que reparei, mas acho que a única coisa que realmente crianças daquela faixa etária poderiam aproveitar era o desenho com confetes, que pelo tempo, não deu para fazerem. 
Sem lanche nem água a manhã toda e com a volta tendo que descer duas estações antes e caminhar pelo atraso do tram, este passeio alcançou outro nível de chatice. Passeio de índio que nada, ida a  um museu, ainda mais museu de arte moderna, foi passeio de francês mesmo. 

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Descobri



Pessoas que vem ao meu blog e descobrem que eu tenho um problema. E eu achando que não era a única, mas vai se a ver eu sou. Tenho um "problema", tenho defeitos e muitos. mas será que sou pior apenas porque falo deles, que os enxergo e admito ou deveria ser como estas pessoas que (fingem que) não tem problema nenhum? 
Acho que falta muita interpretação, ou boa vontade ou honestidade intelectual. Uso este espaço para desabafar, sempre o fiz. Mas podia ter feito diferente, podia. Podia ter criado um blog cor-de-rosa, um personagem disney que acorda e os passarinhos a ajudam a se vestir, que espera o príncipe encantado chegar com o sapato de cristal. Ao invés disto, escolhi desnudar-me, deixei cair pedaços de mim em palavras soltas aqui e ali. Palavras por vezes soltas em horas de raiva, de desespero, de medo ou solidão. Palavras felizes e saltitantes, de escárnio, de ciúme, de amizade. 
Eu não sou uma só, nem tampouco caibo em uma folha de papel virtual. Para falar a verdade, eu nem caibo em mim mesma... mas uma coisa é certa: alguém sempre deixa um pouco de si no que leu por aqui.
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