Tipo isto.
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
terça-feira, 7 de outubro de 2014
quinta-feira, 2 de outubro de 2014
Hecatombe romântica
Devia ter-lhe dito que às vezes o amor era uma substância estranha que salivava pelos poros, que a fazia febril e titubeante. Devia ter-lhe dito que o raciocínio tinha-na abandonado, que o corpo soluçava de abstinência dos seus beijos, das mãos escorregadias pelo seu sexo... Ela devia ter-lhe dito. Devia ter insistido, mesmo que perdida em pensamentos obsessivos de solidão, pensamentos estes que faziam-na andar aos círculos como um cachorro que morde o próprio rabo. Ela vagava noites a pensar, a ouvir "Bésame mucho" em espiral, sentindo-se lúcida na fraqueza de seu próprio sofrimento. Devia ter-lhe dito que o tempo o havia atenuado com uma catarse diária, expulsando as vozes que chamavam-lhe sem permissão. Seu coração desacelerava. O pulso. A vida. Desacelerava. Ela devia ter-lhe dito. Mas não disse. E ele voltou a tempo de intoxicá-la novamente.
Amore, fai presto, io non resisto...
Se tu non arrivi, non esisto, non esisto...non esisto...
A primeira vez que ouvi esta música foi em "Onze Homens e Um Segredo", já no finalzinho do filme e fiquei cantarolando mentalmente, pensando que ela não me era nada estranha. Até que fez-se luz: música brasileira, da época da Jovem Guarda na versão de Ornella Vanoni. Mas depois que descobri esta, estou completamente apaixonada... Não fosse a mesma também dizer algo que tenho pensado muito nestes dias...
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