quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Das coisas que detesto

L
Eles partilhavam listas. Não partilham mais.


Listas. Listas sem fim. E pessoas que acreditam nelas. As dez coisas que não se deve dizer para o namorado; as quinze coisas que nunca devemos dizer para os filhos, para a mãe, para a sogra, para o cachorro, periquito, para a vizinha que tem tara que é uma atriz pornô. E são sempre coisas óbvias, tipo não devemos ter uma DR* depois do marido bater com o mindinho na quina da porta. Não devemos xingar a sogra de hummm...qualquer dos nomes queridos que nos passem pela cabeça. Não devemos dizer que o Aroldinho não estaria aqui (#benzaDeus) se não tivéssemos tomado aquele antibiótico que terminou por cortar o efeito do anticoncepcional. Oh céus se nos escapa alguma alarvidade pela boca, vai ser um traumatizado pelo resto da vida, um daqueles quarentões que vão me trazer meias sem pares para lavar, cuja sorte amorosa estará em minhas mãos! Começo por apresentar a do 704 que tem mais pelos de gato do que... Não, péra. 
E as coisas que devemos fazer antes de morrer? Skibunda em alguma praia do Nordeste, sexo selvagem com um desconhecido, gastar o décimo terceiro com sapatos, lançar um blog fashion adviser. E logo eu que odeio blogs fashion adviser! 
E a lista de coisas para ser feliz hein? Hein?! Quem diria que comer panqueca com frutinhas de mato ia me fazer tão realizada... "Tire momentos a sós". E tudo o que uma mãe pensa é que vai ser o máximo poder fazer cocô sem ninguém a dizer a cada cinco segundos: blérc! Mas como faz? Já inventaram um WC bunker? 
Obviamente não podemos esquecer da lista para um corpo perfeito! Beba água! Coma de três em três horas, corte frituras! Corte refrigerante! Corte doces! Corte os pulsos! 
As únicas listas de que verdadeiramente gosto são as de sugestões de lugares turísticos, de resto passo bem sem estes conselhos. Só tenho receio de que letras minúsculas tragam aquelas coisas de que se não passarmos esta lista idiota para doze pessoas, vamos queimar no inferno cibernético, ter a nossa conta de e-mail deletada, ninguém mais irá aceitar nossos pedidos de amizade, nem curtir as nossas selfies com bico de pato. O Armagedom de nossos tempos nos tornará mais ignorados do que testemunhas de Jeová em manhãs de domingo, nos deixará em um completo e indefinitivo ostracismo virtual! 


* discutir a relação.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Há emigrantes e emigrantes

Ouvindo a minha vó contar sobre uma amiga portuguesa da época obviamente de quando minha tia vivia em Portugal, quase fiz aquele suspiro de pesar. Oh, coitada, vai ter de sair do país dela e tudo...sei como é! Mas a vó continuou dizendo que ela já estava morando no Rio e que inclusive estava aos poucos se instalando em um apartamento...no Leblon. 



Poker face do outro lado da linha, mas a vó não percebeu. Depois de um longo silêncio, ainda disse embasbacada: tem certeza vó, só no Leblon?!" Só" o cenário preferido das novelas do Manuel Carlos em que uma Helena desfila num doce balanço a caminho do mar? Tá bem então! Parece que o marido dela vem como um dos diretores da Oi, empresa de telefonia brasileira...

                                                                     ***
Ontem estava acompanhando uma discussão em um fórum de brasileiros em que uma mulher casada com um francês estava sofrendo muito com a proposta que tinham feito ao marido. Acontece que ele é diretor de uma empresa que implantou uma sede no Brasil (diz que por ideia do próprio) e agora lhe ofereciam a oportunidade de gerí-la por três anos. Três anos em que pagariam um salário maravilhoso, manteriam o alto padrão de vida ajustado aos custos da cidade de São Paulo que é caríssima, pagariam escola para suas filhas. Mas não uma escola qualquer, e sim a melhor escola da cidade, arriscaria dizer do país, uma internacional com ensino em francês além de inglês. E não satisfeita, a mulher torcia para que o marido se desse mal com os futuros colegas e detestasse viver no Brasil, pois ele poderia voltar a qualquer momento e reocupar o cargo deixado na França.
Quisera eu ter sido um destes tipos de emigrantes, aos quais é reservado o direito de reclamar das banalidades da vida, e olha que até me considero bem sortuda. Nunca passei fome nem precisei enveredar pela chamada vida fácil que de fácil não tem nada. Já dizia Zeca Pagodinho "na vida coisa mais feia é gente que vive chorando de barriga cheia". 

Blogger

Duas coisas a dizer:
1- Que merda é esta de por três fontes diferentes nos meus posts?? O aplicativo do Blogger é um doido, sempre me faz isto!

2- Parece que para comentar blogs temos de provar que não somos um robô digitando alguns números. Já tentei tirar isto do meu, mas é impossível. Supostamente esta medida serviria para mantê-los afastados, mas ou um robô conseguiu se passar por gente ou isto não adianta de nada, pois tenho spam na mesma.

Que tipo de mãe você é?

Mãe carrasca!
Sabem aqueles testes idiotas do facebook? Pois é. Desde que o pai se foi há mais ou menos três meses, que o Fabian tem estado a travar uma guerra aqui em casa: a do almoço. Eu sempre disse que não ia ser daquelas mães que ajoelham e pedem por favor para que coma mais uma colherinha. E realmente não sou, sou do tipo que berra, que faz negociações natalícias (no estilo papai Noel está vendo isto!), que chantageia (vou desligar a tv!) e finalmente, do tipo que sacode os ombros. Não quer comer? Azar o teu! Hoje foi para a escola no período da tarde sem ter comido nada mais do que uma colher que por muito custo enfiara na boca. Mas foi muito bem avisado de que quando retornasse não iria encontrar a mamadeira quentinha de sempre, ao invés disto, eu prometi esquentar novamente o almoço recusado e nada mais.  Ainda lhe disse que esta era a primeira e última vez que faria isto, pois há três meses ando a brigar no momento em que mais quero sossego. Amanhã se ele voltar a fazer fiasco, fica sem comer e quando voltar vai comer fruta, e eu só esquento o prato do almoço na hora de jantar. 
Sinceramente não queria tomar estas atitudes, mas eu sinto-me esgotada e sozinha...não há ninguém que possa me tirar o peso de ter uma criança birrenta para eu arejar a cabeça. Muitas, muitas vezes chego no meu limite...e não quero fazer como uma conhecida em que a filha alimentava-se somente de pipoca. O caminho da educação não tem verdades absolutas, bem sei, mas devemos desconfiar quando as coisas são fáceis demais tão e somente porque não queremos nos incomodar...
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