segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
Marché du Noël
Eu rezei para sábado não chover como há muito tempo não pedia por alguma coisa. Foram dias demais arrastados entre casa e escola com o frio pelo meio e eu me sentia esgotada de pensar que o fim de semana seria top sem sair . Na sexta a previsão havia mudado: de chuva para o dia inteiro, tínhamos agora à partir das 20 horas. Eu sei, tornei-me uma maluquinha do tempo, mas mais uma vez arrastei o Fernando para aquele maravilhoso mar de turistas ainda mais deslumbrados do que o costume, já que havia na maioria dos prédios antigos dezenas de bolinhas e luzinhas a piscar.
Desta vez dispensamos o carrinho do Fabian, pois além de fazer uns generosos 9 graus (calorzão), ele já tem muito mais resistência para caminhar do que no ano passado. Finalmente consegui comprar a minha casa alsaciana, o difícil foi escolher. Eram tantas, umas mais lindas do que as outras, assim como tantas eram as cabeças para desviar até chegar no balcão onde erguiam-se acima de prateleiras tão altas que exigiram uma escada. Eu sempre tive gana daquelas pessoas que tem uma imensidão de tempo para escolher o que vão querer, mas que quando chegam em frente ao funcionário, abrem a boca e ficam cinco minutos apalermadas entre murmúrios de dúvida . Quase tornei-me uma destas, minha sorte foi que a multidão desfez-se como um estourar de boiada e deu-me a oportunidade de ver de mais perto, em questão de poucos minutos estava a apontar a casinha azul e a levá-la em meus braços.
Depois fomos dar um oi para o grand sapin que todos os anos se ergue decorado de luzes e bolas gigantes como ele. São dezenas de feirinhas que formam o marché du Noël e não apenas uma e enorme feira; o pinheiro é um símbolo bonito, mas é evidente que o povo esta ali por elas. E que povo minha gente, dava a impressão que metade da França estava lá, assim como metade da Alemanha. Os alsacianos se gabam de ter o mais bonito e mais antigo marché de uma forma que lembra como nós gaúchos atestamos a paternidade do churrasco. É uma festa linda sim senhora, e acredito ser a única ocasião em que o frio combina com alguma coisa, porque algodão a imitar neve é feio e cafona que dói. Melhor nevar então!
Papai Noel
Mal coloquei o nariz para fora de casa, passou um senhor devidamente paramentado em roupas de um vermelho vibrante, a barba falsa balançava ao vento, mas ele não estava em trenó nenhum. Pedalava deixando no ar o som de seus guizos, a barriga inexistente e o corpo esguio. Não se parecia muito com a imagem que o Fabian ou qualquer criança tem do Papai Noel, mas com certeza serviria para encher os olhos. Olhos estes que espiam toda vez que abro a caixa de correspondência, enfiando-se adentro à espera de algum bilhete, e que das últimas mas vezes me "obrigou" a ler duas pequenas propagandas enfeitadas com bolinhas que alguém deixara. Hoje foi uma daquelas coisas de trago seu amor em três dias, resolvo problemas financeiros, amorosos, arrumo emprego, enfim. Mas o pequeno papel trazia algumas guirlandas e foi o que bastou para o Fabian arregalar a voz de surpresa: "mãe, o papai Noel escreveu um bilhete pra mim!! O que ta esquito"?
Disse-lhe que o Papai Noel continua observando as crianças e que o Fabian deve se comportar se quer que ele o visite. Dei uma olhada de novo no anúncio do suposto médium, uma espécie de promessa de papai Noel dos adultos; se há quem acredite naquele, que mal faz uma criança de quatro anos sonhar que o bom velhinho envia-lhe bilhetes? Para a realidade terá uma vida toda pela frente.
sexta-feira, 12 de dezembro de 2014
Atraso
Depois de três semanas longe, hoje à noite chega o marido. O voo está com uma hora de atraso, mas não importa. Chovendo ou não este vai ser um fim-de-semana feliz!
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