terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Pequenas coisas que moém o juízo



- Aceitar que meu filho vai falar "alouim" ao invés de helloween. Não só aceitar que ele vai falar assim, mas ter eu mesma de pronunciar o inglês de forma errada só para que os outros entendam.

- Pessoas na fila do mercado. Sério. As criaturas ficam coladas na bunda da gente, cafungando o cangote porque acham que a fila vai andar mais depressa? Tai uma lei da física que eu não conhecia: quanto mais um corpo se cola no outro, mais rápido o tempo passa. Humm, isso não vale para filas de mercado ou de qualquer outro tipo a menos que façam um trenzinho e saiam cantando conga la conga.

- Carteiros que não sabem ler. Ou colocar a correspondência certa na caixa certa. Porque diabos não se guiam pelo numero ao invés do sobrenome?? Tão mais fácil...já estou há um ano trocando cartas e pacotes com a minha homónima D. Garcia.

- Meus vizinhos fofos. A tolerância por aqui funciona assim: barulho de obra? Isso é Bach para meus ouvidos. Podem demolir o prédio que ninguém reclama. Cachorro latindo? Oin que "mignon". Tardes de conversas e gargalhadas (de adultos), maravilha! Festas à noite com mulher de tacão até uma hora? Sem problema. Criança brincando na sacada? Oh que absurdo, chamem a policia. é barulho demais para os nossos ouvidos de velho. Depois sou eu a ruim, mas tem gente que ta só ocupando ar nesse mundo. *


*quando pela segunda vez o vizinho de cima mandou o Fabian ficar quieto, eu mandei-o tomar no cu. Acho que ele entendeu que tinha a ver com pescoço (cou), mas sempre ouvi dizer que o que vale mesmo é a intenção.




Bota a mão na cintura e se joga francesada!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

No vestiário feminino (estourei minha cota de gif para 2016)

Entro no vestiário e quem é que vejo? Pois, ela de calcinha fio dental, a bunda feito duas bolas de handball durinhas sem nenhum sinal de celulite. As pernas musculosas fariam até o Roberto Carlos chorar de recalque, tudo isso em um metro e meio de altura. Ela gosta de ser o centro das atenções, sim, até eu que sou a maior das distraídas a notei enfiada em uma mini blusa e um short que mais parecia a parte debaixo do biquíni de uma norte americana. Anda sempre com uma sombra atrás: a amiga normalzinha que serve-lhe de pajem. Entro e vou atirando minhas coisas e espalhando pelo banco com a boa vontade característica de quem se submete a uma tortura. De repente baixo o volume dos fones. Estou ouvindo bem?



De longe, bem do fundo da memoria, alguma coisa me parecia familiar. Elas estão falando português? Tiro os fones com a desculpa de tirar o casaco e constato que o que parecia impossível aconteceu: três brasileiras em uma mesma academia, em um mesmo vestiário em Saint Raphael. 
Então? Falo oi e pergunto de onde elas são? 


Segundos de expectativa como se estivesse à espera de alguma deixa para começar um assunto. De repente me dou conta de que estou ouvindo a mais escabrosa das historias sobre a vida sexual e o relacionamento mal acabado da mulher de fio dental.


Olha, eu não sei que cara eu fazia, mas foi muito estranho ver duas pessoas conversando tão à vontade sobre coisas intimas crentes de que eu não pescaria nada. Todo o esforço inicial de qualquer interação morreu em mim faz muito tempo. Não tenho mais essa ânsia de dizer que também sou brasileira e puxar assunto com uma pessoa que nunca vi na vida. Fica a dica para as minhas compatriotas (que elas não irão ler, paciência) de não se pensarem indecifraveis, sendo que frequentemente franceses falam um pouco de espanhol. Hoje acho muito mais divertido dar corda e ver até onde vão as fofocas.

Falo?


quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Hoje até um limão ta mais doce do que eu



Feliz ano novo é o caralho! Não quero desejar nem quero ouvir "que tudo se realize no ano que vai nascer". Estou do contra. Sozinha. Ninguém devia ter que passar assim vendo os outros se divertir, postar fotos felizes da família reunida, ou dos amigos reunidos levantando garrafas de vodka. Sorte é saber que uma boa parte disso é encenação. Ano passado já foi ruim com o marido chegando às onze da noite, somados aos pães de queijo mal cozidos e ainda à pizza congelada comprada no mercadinho árabe que não salvou nossa pseudo ceia. Mas este ano nos superamos de verdade. Merda. Quando é que esta sina de estarmos sempre separados vai terminar? Esta vida cigana?
Azar: porque só para variar em 2016 não vai pegar noutros pés? Esquece um pouco de nos, é só isto que desejo à meia noite. 
(se quiser, posso dar umas dicas onde pode encontrar umas pessoas supimpas para atazanar)!
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