segunda-feira, 21 de março de 2016

Moda fit

Tenho notado a quantidade de vídeos de gente fazendo coisas perigosas para aparecer ficar magro, e hoje magro não seria bem a palavra, mas com baixo percentual de gordura. São aquelas pessoas que tem orgulho em mostrar as veias pulsando descaradamente, transformando seu corpo nas árvores do filme "Guerra dos Mundos", brrrr... 
Uma jovem ficou paraplégica por cair de uma barra enquanto fazia abdominais invertido, um cara morreu por não aguentar o peso no supino, fora lesões na coluna por exercícios mal feitos ou  joelhos que se estouram por conta do excesso de "quilometragem".
Parece que o outro lado de ser fit é colecionar algum tipo de lesão, simplesmente porque o que esta em jogo é apenas o ego ao não escutarem os limites do corpo. Este lema de No pain, no gain nem sempre quer dizer otimos resultados, às vezes pode significar apenas meses de fisioterapia para poder fazer  movimentos que antes eram tão simples como andar. 
Ainda não estou satisfeita com meu corpo, mas não é por isto que vou colocar minha saúde em risco. Aqui tem uma coisa engraçada, existe tanta regulamentação das mais variadas profissões e estabelecimentos, mas na área da atividade física há um limbo total. Pelas academias que frequentei e pelo que tenho lido, é comum não haver qualquer fiscalização por parte de um profissional nas salas de ginástica. Então temos os alunos entregues ao próprio bom senso (se o tiverem). O resultado aborrece até a mim, que apesar de não ser formada, vejo cada coisa de arrepiar os cabelos. Depois de tantos anos de musculação, se torna óbvio saber as posições seguras para utilizar nas maquinas e exercícios, mas há gente que faz tudo errado e pior: tudo errado com muito peso. Fico sempre na duvida se devo alertar, mas na maioria das vezes não falo nada com medo de ser mal interpretada. 
Nesta academia que eu frequento, nem pagando a mais posso ter um treino feito sob medida. Tenho optado por relembrar alguns dos que me foram passados nestes anos e agora estou em uma mistura de cardio com exercícios funcionais que tirei do youtube. Tenho o cuidado de só pegar dicas de professores verdadeiros, como o personal dos famosos Mario Black, não destas criaturas de fit-realityshow. Não tenho pressa em virar uma idosa num corpo de 31, eu hein. Povo maluco.


sábado, 19 de março de 2016

Alice

Tenho sonhado com a decoração da nossa futura casa e me deparei com um site (Etsy) de pessoas que fazem artesanatos e vendem ali, uma espécie de amazon mais exclusivo. Pela primeira vez me ponho a pensar em juntar este desejo de personalizar o nosso lar com a paixão pela Alice no pais das maravilhas. A ideia não é transforma-lo em uma atração da Disney, mas ver uma coisa ou outra para alegrar os olhos. Gosto muito da almofada, acho que esta vai parar no meu sofá.





 

A velha história de pôr paninhos quentes (aqui não funciona)

Tenho alguns amigos portugueses no facebook tremendamente preocupados com a situação do Brasil, estão tão preocupados (ops, esqueci as aspas de novo) que esquecem que proporcionalmente o seu país não deve menos em falando de corrupção à sua ex-colônia. Ora vejamos, falando honestamente, há gente que se compraz com isto e não esconde, mas o interessante é que em nenhum momento tive amigos brasileiros a darem uma atenção que seja ao que se passa do outro lado do Atlântico, e a crise ainda está pesada por lá que eu sei. Fica a impressão de que hoje os portugueses (talvez alguns, vá) vivem muito mais em função de nós do que nós deles, seja através de novelas, músicas, ou de notícias de escândalos políticos. A história não cansa de nos lembrar que o mundo dá voltas...e desta vez sou eu quem fico feliz com a ironia de tudo isto.

Eu gostaria de ser de direita

Gostaria de ser como 90% das pessoas que conheço. Queria acreditar que o problema do Brasil é de um só partido, que uma rede poderosa de TV sabe o que é melhor para mim assim como soube em 64. Queria acreditar que se hoje estou onde estou é porque mereço, não porque fui privilegiada desde o momento em que nasci. Que o problema da violência é falta de cadeia, que os pobres são pobres porque são vagabundos que não se esforçam o suficiente e queria repetir que "não se deve dar o peixe, tem que ensinar a pescar" cada vez que falarem em politicas sociais. Queria deitar a cabeça no travesseiro com a consciência tranquila de que estou do lado dos bons, mesmo que tenha xingado virtualmente e vibrado com a multidão histérica que agride qualquer um que tenha uma camiseta vermelha ou tenha cara de comunista. Queria também tirar a carta mágica que acaba com qualquer discussão: vai para Cuba! Terminando com as hashtags #forapt e #foradilma que ficam sempre bem. Queria torcer pelo  impeachment da presidente acreditando estar lutando contra a corrupção, ainda  que 1/4 da comissão que irá julgá-la responda a  acusações criminais no supremo tribunal federal. Queria ser de direita como a maioria das pessoas que conheço. Dizem que os idiotas são mais felizes, mas o problema é meu. Eu é que tenho uma certa queda para a melancolia, não sei lidar com o ódio disfarçado de justiceiro, tenho a mania de pensar, ler e contextualizar demais. E por isto não consigo me "endireitar", não adianta, até a genética está contra mim: sou canhota, de esquerda desde pequenininha. E no fundo digo que "ainda bem" que assim é.
Web Statistics