sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O Ipê Amarelo



Quando li a reportagem senti um frio na barriga, tipo quando aquelas palavras se encaixam perfeitamente no que tu estás precisando ouvir. Ando um pouco desmotivada, a faculdade que no início foi a razão de euforia e felicidade, pareceu perder o sentido quando descobri que nesses longos 5 anos terei que fazer trabalho em grupo em cima de trabalho em grupo. A questão é que eu odeio trabalho em grupo. Depois porque tinha consulta marcada para o dia 25 deste mês, inclusive o gonal já está ali me esperando na geladeira, mas e cadê a menstruação? Nadinha... ah pois é...
Eu já não sei mais o que eu penso, se devo sobrevalorizar a faculdade e adiar os ttts, se devo sobrevalorizar estes ao invés do curso. Se devo ter esperanças e perder a realidade, se devo permanecer cautelosa e esperar para ver o que dá. Se devo acreditar que a estatística está ao meu favor, eu no alto dos meus 24 anos, saudável...ou se devo lembrar da minha tia que com um mês de relacionamento engravidou com 38 anos. Se devo desistir, se devo avançar mesmo após outro negativo. Tenho raiva de estar assim...logo eu que sempre fui tão decidida, inclinada ao pessimismo é certo, mas ainda assim. Realmente já não sei em que porto dirigir, pra que santo vou rezar! E quando menos espero leio sobre o tal Ipê que mesmo tendo sido cortado, bate o pé e volta a florir. Uma mensagem para não desistir nunca, é claro só podia ser no Brasil: eu sou brasileiro e não desisto nunca! ehehe Vamos ver então, relaxar, porque se tiver de ser ninguém me tira.




quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Tempo


Pois é, ando meio sem tempo agora e quando tenho não dá a mínima vontade de escrever...não sei, não ando nada inspirada. Muita coisa aconteceu, a consulta no Porto, as provas, os amigos na faculdade, os livros e o peso disparando ehehe. É nesse mês que inicio o segundo tratamento, mas não quero pensar nisso...Vamos indo e ver o que dá.

domingo, 11 de outubro de 2009

Para minha irmã

É um filme espetacular que retrata a vida de uma família cuja filha mais velha sofre de cancer e em que a mais nova fora "projetada para salva-la". É uma perspectiva muito interessante, um olhar atual sobre o tema da ciência e ética. Até quando é aceitável, quando estamos indo além e inteferindo na natureza para atenuar o sofrimento humano? E quando essa situação envolve outro ser que será explorado até a exaustão para cumprir o seu papel...
Mas não é disso que trata o filme, Para minha irmã é um lição de vida, uma vida comum, com reações realistas. É uma coisa estremamente esquisita a tranquilidade que muitos pacientes adquirem quando veem a inexorabilidade da morte. E por mais que se faça não há volta. É um filme sobre amar, sobre deixar ir. Que é a parte mais difícil para quem fica. Claro que lembrei um pouquinho do meu vô, é inevitável...
Que é a morte para nós deste lado da margem senão a espera para reaver os nossos?

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Recomeçar


É assim que me sinto, fechando um ciclo e recomeçando outro. Não lembro onde, mas li uma vez que os ciclos tem em média sete anos e fazendo as contas é bem significativo, pois só agora consigo ter a maturidade que faltava para dar esse passo. Meu sonho desde a escola era fazer psicologia. Era eu quem escutava as amigas e sempre tinha um conselho útil ou uma observação para dar. A medida que o tempo foi passando, a ideia foi sendo substituída por outras áreas, letras, pois gostava de escrever e história. No vestibular escolhi psicologia como primeira opção e história como segunda. Não havia estudado muito, visto que ia fazer só para perder aquele "medo", mas passei em história. E fui fazendo, estudando, escrevendo e até gostei da ideia de me tornar professora. Porém vim para Portugal e me deparei com outra realidade. De certa forma até pior que no Brasil. Salários baixos, falta de segurança pois à princípio seria difícil ser funcionária e muitos ainda são recibos verdes, também com relação à disponibilidade geográfica. Essa história de ficar mudando de cidade ou região a cada ano é frequente. E além de tudo para reconhecer meu curso aqui, tinha que voltar a estudar.

Fiquei três anos em estado "vegetativo" por assim dizer. Trabalhei duas vezes em um lugar, mas com contrato de pouco tempo. No mais fiz um curso de inglês e de informática com alguma base de administração. Tive muita dificuldade em me adaptar, em gostar de viver aqui, aceitar as pessoas como elas são. E são bem diferentes do que imaginei.

Um dia falando com uma amiga, ela fez um comentário: porque não faz psicologia? Lá dentro acendeu aquela luzinha de desenho animado. Nossa, porque eu não pensei nisso antes?! Lá fui eu, me inscrevi na Universidade de Lisboa e surpresa das surpresas: consegui a vaga!!!

Estou na minha segunda semana de aula, com muita coisa para estudar, muitos amigos novos e muita esperança.

Sim, estou numa fase de grande mudança e um pensamento muito especial traduz o que estou passando:


"O primeiro passo para a mudança é a aceitação. Uma vez que você aceite a si mesmo, você abre as portas para a mudança. Isso é tudo o que você tem que fazer. Mudança não é algo que você faz, é algo que você permite."

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