quarta-feira, 30 de maio de 2012

Masturbação infantil

Lembrei-me deste assunto ao ler o Livro da Criança, uma sessão que mostrava aparelhos do século 19 que impediam a masturbação de crianças. Eu imagino porque não vemos este tipo de assunto nos fóruns. Se as pessoas já se envergonham quando se fala em sexo entre adultos, imagina sexualidade infantil... Mas é um tema que me interessa, não fosse eu um dia tornar-me psicóloga, interessa-me também como mãe. O meu filhote ainda é muito pequeno e nem sabe (tanto) estas coisas. Mas isto é instintivo. Quando é que as pessoas vão se dar conta que é impossível separar o sexo da vida? 
Hoje tá na moda a preocupação dos pais em serem mais acessíveis a estes temas e muitos só acham bom preocupar-se quando tiverem filhos adolescentes. Eu sou da opinião que a sexualidade está presente desde que nascemos, está em estado latente. O Fabian por exemplo, já sabe que se mexer no "pirulito" dá prazer, e fica duro. Ainda esta semana estávamos vendo desenho e ele mexia, como se tivesse coceira. Aí eu fui ver porque pensei que a fralda estava machucando as bolinhas. Mas não, foi a primeira vez que insistiu em mexer ali. Não dei muita importância e depois ele distraiu-se com um carrinho.
Falar de sexo não é tão difícil, para mim o mais complicado é desmistificar na minha cabeça a ideia de vergonha que a sociedade/religião/família nos impõe. Eu quando criança lembro-me das sensações boas que isto causava, mas tinha vergonha, tinha medo. Porque falavam que aquilo não se fazia.
Ora não se faz sexo? Nem consigo próprio?! Quero ter a maturidade de não passar esta coisa horrenda que é o sexo para muita gente, que é natural, que o papai e mamãe fazem, que as pessoas normais fazem (tá bem, há quem não faça, mas enfim, não interessa agora). E que é natural ele aprender a explorar o seu corpo, embora seja uma coisa privada, porque ainda não é grande o suficiente para outros envolvimentos. 
As pessoas confundem-se ao explicar e dar a conhecer o sexo para uma criança porque acham que estará mais sujeita a ser alvo de abuso. Acho que o contrário é mais verdadeiro. Quando não se tem noção nenhuma, o primeiro que tentar pode dizer que aquilo está certo.
Ainda falta-me estrada pela frente, mas por enquanto vou lendo sobre o assunto. E seria muito bom que o sexo que já está presente na tv, na novela das nove, estivesse também nas conversas entre pais. 

E quem conta um conto aumenta mais que um ponto

E a estudar acabei por entender aquilo que sempre soube. A nossa memória é uma reconstrução da realidade, cada um guarda o que acha melhor (ou pior conforme), e assim molda-se com base nas nossas emoções e personalidade. Cada vez que reavivamos uma lembrança, ela retorna e "volta a ser guardada" de outra forma. Ou seja, nem mesmo a lembrança volta igual, estamos constantemente manipulando o nosso passado. Isto é fundamental para entender como as pessoas veem as coisas diferentes de nós e ninguém está em certa medida "errado", isto porque nós não temos acesso a realidade, mas a representação da mesma.
Agora fica fácil entender porque discordamos quando falamos em tal acontecimento. Por exemplo, a minha mãe tem um trauma de ficar em casa, já disse por aqui. Ela achava que a minha vó deixava tudo nas mãos dela: a casa, os três irmãos, a mais nova ainda bebê... A minha madrinha, que é tia da minha mãe, diz que a vó sempre teve  empregada, e quando não tinha, pedia para ela vir passar uns tempos em Santa Maria. Ou seja, se a mãe ficava o tempo todo como cuidadora, isto aconteceu apenas na cabeça dela, que reforçou as poucas vezes que isto aconteceu como um fato recorrente. Isto é como tudo, as lembranças vem carregadas de emoções do passado e tendemos a revivê-las no presente. Quando adio as aulas de condução, imagino que vou passar por todo aquele stress de novo, a tensão de ter a direção nas mãos suadas, os espelhos que tenho que cuidar ao mesmo tempo que mudo a marcha, os pedestres (peões), os outros motoristas impacientes com a minha lerdeza. Tudo isto somado a uma voz que não se cala e me diz que não sou capaz. Mas isto aconteceu há quase dez anos, hoje sou outra pessoa. Mas para o inconsciente que é atemporal, isto não importa, importa é a lembrança que acionei, de pânico, de desespero. Quero fugir. Não. Quero mudar, quero ultrapassar este medo. Não sou capaz. Tudo de novo. Suspiro... Tempo, tenho que me dar um tempo.
O mais complicado é reprogramar o cérebro, condicionar este estímulo a uma outra resposta, uma que não seja de abrir a porta e sair correndo. Quem disse que crescer é fácil?

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Ponto de situação

Ainda não está firmemente decidido deixar Portugal. Mas já estabelecemos a dead line: se o Fernando não arrumar nada até o fim de junho, vamos embora. Estou contando com a devolução do irs para isto. Ainda temos que vender o carro, vender algumas coisas como os móveis do Fabian, temos de ver se vale a pena levar a mesa, geladeira, esteira, a plataforma vibratória, a tv, etc... ou se é melhor vender e comprar lá aos poucos. Andamos vendo o custo de vida na nossa cidade e é quase como aqui, tirando as roupas que são um exagero de caras, o resto é quase como aqui porque apesar de lá ser mais caro, ganha-se mais também. Um profissional como o Fernando ganha a volta de 6500 reais de início, às vezes mais. Com benefícios de cheque escola, supermercado, com plano de saúde, seguro de vida. Ah e também tem um fundo de garantia que aqui tão querendo implantar, lá já tem há muitos anos. Este fundo ajuda a comprar imóveis e também serve como indenização quando se é demitido. 
Querer voltar eu não queria, mas também não dá para dar uma de avestruz, enterrar a cabeça e fingir que está tudo bem. É uma questão de hábito... Neste anos todos eu aprendi a gostar de Portugal, embora às vezes dê a "febre da ilha", no geral gosto, é um lugar calmo, com uma paisagem bonita e moramos a poucos minutos do mar. Lá em Porto Alegre não tem mar, a praia mais próxima é a 1 hora e meia. Mas tem a vantagem de estar próximo da família, poder contar com as pessoas para ficar com o Fabian para nós namorarmos um pouco. =P

domingo, 27 de maio de 2012

O meu lugar à sombra

Acho estranho quando chega o período das férias e só o que ouço é falar em Algarve... Tudo bem, pode ser bonito, podem não preocupar-se com a temperatura da água (que para mim é fria igual), mas tem gente que passa ano vai ano e só o que conhece é o tal Algarve. Poxa, não veem o privilégio que tem em estar a poucas horas de outros países, nem digo de praia, mas de outros destinos... 
Lá na minha terra, quando chega as férias só se ouve falar de Capão (da Canoa) ou quem tem mais grana, de Floripa ( Florianópolis) que é lindooo! Mas isto estamos falando de um país imenso, onde qualquer lado que se vá são milhares de kms. E nem temos praias tão boas assim no Rio Grande. E quem quiser conhecer a Itália, França, ou qualquer destino de sonho como o Caribe, tem de desembolsar uma boa quantia. Ou seja é para poucos. 
Por isto não entendo quem fique só pelo Algarve. É que nem  de longe é mais barato, nem mais bonito. Parece que as pessoas nem tem interesse de conhecer outras coisas, isto já basta. E é do melhor que há (o que é fácil  dizer quando não se conhece mais nada...). 
O que mais lamento ao ter de deixar Portugal é não ter viajado o quanto queria... fora Paris não conheço mais  nada :(  Estive com a Europa à porta e não aproveitei. Ficamos sempre apertados que não sobrou para férias (sim, somos daqueles que não se endividam para uns dias fora de casa). Até porque o marido passou quase seis anos sem férias nenhuma, mal tirava dois dias seguidos. 
Queria por os meus pés no mediterrâneo, passear pelo sul da Itália, França, Grécia...pelas Ilhas Mayorca, pelo Caribe....queria fazer um cruzeiro! Enfim... espero um dia conseguir e espero sinceramente não estar muito velha se isto acontecer!! Afinal esperança é sempre a última que morre!!!
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