domingo, 10 de junho de 2012

Acumuladores de mágoa

Taí duas tarefas que ainda tenho que aprender: confiar na vida e não esperar muito das pessoas. Para mim as duas estão em pé de igualdade porque não consigo ser um barco à deriva, tenho que sempre estar no controle da situação, mas sei que isto é impossível e me causa stress, ansiedade, etc. Lembro-me nas sessões de terapia, o meu psicólogo dizia muito isto: confia na vida, a vida não é má. Ela só retribui o que esperamos dela. Com isto ele queria dizer para fazer a minha parte, mas também deixar livre para que o tempo/destino/Deus fizesse a sua. E por não conseguir lidar muito bem com isto, fui criando estratégias para sentir-me melhor: limpava todos os dias a casa, deixava os controles da tv, dvd todos alinhados e tentava que a rotina fosse aquilo que esperava fazendo mais ou menos as mesmas coisas, enfim um leve grau de TOC. lol
Sempre pensei que uma casa, assim como o ambiente que a pessoa vive, é o reflexo da sua vida emocional. Agora minha casa anda suja, não tenho vontade de limpar, simplesmente olho para tudo e só quero sumir. Eu tenho tendência para extremos.
Estes dias vi um programa americano sobre aquelas pessoas que acumulam tudo o que podem e chegam a fazer verdadeiras muralhas de lixo para as protegerem da vida. Elas sofrem muito porque em dado momento deixam de ter uma vida funcional, a família abandonam-nas e elas não conseguem desfazer-se de nada. E por um lado sabem que está mal, mas por outro acham que não está assim tãoo mal e não aceitam que a mudança tem de ser muito grande para a vida voltar "ao normal".
Também penso que de certa forma nosso próprio corpo  não deixa de ser a nossa casa, talvez por isto, sinta-me muito incomodada quando vejo aquelas pessoas muito muito gordas, quase sem forma. E pense meio horrorizada, como é que foram deixando-se ficar deste jeito... assim como as acumuladoras americanas (que também não deixam de ser obesas). Vejo estes exemplos e dá-me medo de um dia ficar assim, de me anestesiar a ponto de caminhar para o precício sem notar e acordar alguns segundos antes da queda. Porque tenho a sensação que deve ser isto que acontece. Ninguém pode querer deliberadamente o sofrimento, ninguém quer ser uma aberração, andar como um pêndulo com muitos quilos de mágoa sob a pele. E ao pensar assim percebo que tenho eu também alguns, uns reais outros invisíveis ainda. As pessoas acham que para perdê-los devem fechar a boca. Eu já acho que devem é abrir o coração e confiar.


Perguntam-me se já arrumei as malas, se já estou com tudo pronto, como se eu quisesse desesperadamente voltar para o Brasil. Não, estou mais para uma barata tonta que anda às voltas sem saber por onde começar... 
Dá-me pena olhar para os espaços vazios que tem ficado na casa, das coisas que foram e que tinham uma história e alguma pitada de esforço nosso para adquiri-las. Tenho raiva de pensar que está tudo acontecendo desse jeito, meio aos tropeções e que parece que não é a minha vida, parece que estou ali a observar o que vai na casa de outra pessoa... São só coisas, eu sei! O importante é o amor e bla bla bla. Não é a mudança em si que me deixa mais passada, é mudar sem dinheiro. É ter de depender dos outros para conseguir as coisas e isto é muito mal para o meu orgulhinho. Passo os dias irritada porque simplesmente não consigo ter controle sobre as coisas. Já perguntei tantas vezes para o marido onde vai ficar, se já falou com alguém. E ele responde que não e que tem tempo. E eu piro mais ainda porque não consigo lidar com esta insegurança, com esta pressão para as provas (sim estou em período de provas e não entra-me nada pela cabeça), da família... 
Já to cansada de gente mexeriqueira que não faz nada para ajudar e só quer saber da vida dos outros. To com muita vontade de mandar à merda que é o melhor que faço ou de vender informação do tipo: pagas-me a luz que te conto isto, vagas-me o gás que te conto aquilo. Por favor! Já não ouviram dizer aquele ditado que quem não ajuda não atrapalha??!

terça-feira, 5 de junho de 2012

Carniceiros

Há coisa que eu detesto são urubus que ficam ali pairando e querendo tirar vantagem de tudo. Estamos vendendo as coisas e como sou uma pessoa de bom senso obviamente coloco um preço justo, muitas vezes até de um terço do que o bem custou quando novo. Agora tem gente que é sem noção mesmo!! Por exemplo, to vendendo uma esteira por 220 euros que custou-me 1000 euros. Tem uma figura que me aparece com uma proposta de 120 euros :O  Por este preço prefiro dar para alguém que eu conheço do que vender a preço de banana. Tenho dito.

domingo, 3 de junho de 2012

Cansada...triste...com raiva, muita raiva...com inveja de quem anda por aí incólume à crise com seus carros importados a planejar a viagem de férias...com vontade de chorar e acordar deste pesadelo. Não é nada fácil. Não é. Como dizia o bem educado do meu falecido vô: "não é no teu cu!" . Pois...to com raiva até de quem diz que vai melhorar, que é bom, que é isto e aquilo. Oh vô estás certíssimo. Quando não é no nosso cu é melhor nem falar nada. 
Deixo aqui uma música que é ótima para o momento e diz tudo que não consigo dizer...
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