sexta-feira, 1 de março de 2013

E como se explica?


Como se explica a uma criança de dois anos e meio que o pai vai deixar-nos e mais uma vez vamos nos afastar? Temos dito todos os dias que o papai vai viajar de avião para trabalhar, para arrumar uma casinha e que depois vamos até ele. O Fabian responde: vamu ficá cajinha da fofó Xanda. Para ele ficávamos os três morando com a minha mãe. Ao que lhe digo que não pode ser, vamos ficar lá só por um tempo, mas que temos de ter a nossa casa, o nosso quarto, as nossas coisas. E pergunto-lhe se tem saudades da nossa antiga casinha, ao que ele fica muito quieto e me olha tristonho. Depois explica-me que o papai vai fazer casinha porque a outra "caiu". 
É assim que tentamos, mas na cabecinha dele é difícil entender este mundo adulto tão cheio de adeus...

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

E hoje foi dia de arrumar malas...again.


E agora a pergunta: em quantas malas cabe a minha vida? E aquelas caixas que ainda repousam na casa da minha vó, entre a máquina de lavar e o pó habitual? Foi ilusão, hoje sei. Foi ilusão querer carregar mais um pouco do que não dava mais. E os caminhos se dividem em ficar e em ir e deixar. Cada escolha não esconde seu preço, tenho de pensar devagar, tenho de sentir devagar aquele pesar que fico quando respiro o pó da minha vida. Da vida que não consegui me desfazer. Enquanto isto escuto música, para calar os pensamentos. A música grita e chora, ao mesmo tempo que pede para que não chore. Ao mesmo tempo peço para que não chore. Everything´s gonna be alright. Em looping. Talvez acabe por ficar. Com a minha vida de volta.


Os filhos e as fotos


Já falei aqui, mas vou falar de novo. Não entendo quem tenha filhos e não ponha nenhuma foto em um ambiente que em tese é controlado pelos pais. Aí depois falam de pesos e medidas e gracinhas e se andam e se falam. Cadê a porra da foto? A certo ponto acho que devem ser produto da imaginação destes pais, porque fica realmente estranho. Quando se fala sobre exposição dos filhos na net, o primeiro argumento que salta é a tal privacidade. Olha aqui o meu olhar 49. Eles crescem (e não precisa muito) e vão ter sua página virtual, seu blog e antes que se possa imaginar já pipocam de fotos em festinhas, em aniversários, em boate. E nem vou falar das fotos que se expõem sem camisa ou em poses provocantes na frente do espelho.
Outro argumento é o do medo da pedofilia e do sequestro, sei lá mais o que. Gente, que tal fazer a lá Michael Jackson e por já agora, uma máscara na criança quando saírem na rua? Pense, quais são as chances de que algum tarado ou marginal vá querer te seguir, seguir o teu filho, ir a cata de endereço, da escola e finalmente ultrapassar todas as barreiras e roubá-lo? Pense melhor. Pense enquanto fazes check-in na foursquare. Pense enquanto nem te preocupas se o filho ainda está no balanço, distraído que ficas a jogar no smartphone. Pense enquanto achas normal que o tio da criança lhe agarre tempo demais. Pense enquanto ficas descansado ao deixá-lo na casa dos amiguinhos, com completos estranhos. Ah mas são os pais do fulaninho, colega de inglês. E pergunto: e daí? O que acontece atrás daquelas paredes? Sabem? Não, mas afinal meu filho não está na net. O grande bicho papão da inocência. Idiotas, é isto o que são. Porque só idiotas para acharem que o anonimato virtual pode protegê-los de todo o mal.

Essa tal felicidade


Acho engraçado as pessoas que tem de mostrar que são felizes. Não sei porque mas desconfio disto, sou daquelas que acham que se são realmente felizes e completas não é necessário dizer, nem mostrar em fotos, nem em declarações sem sentido nenhum. Mas isto sou eu que acho que também não cheguei lá no quesito felicidade, que tenho como objetivo dar a volta por cima e esfregar na cara de quem duvidou e gostou de me ver nesta situação. Serei feliz? Não, apenas terei uma vida melhor. Porque como disse, felicidade não precisa ser divulgada, já que se trata tão e somente de necessidade de os outros acreditarem que se é feliz.
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