quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A título de desabafo

Enquanto no Brasil os ciclistas clamam por respeito, aqui eles já conquistaram seu espaço na rua. Os carros mantém uma distância segura e como o marido costuma dizer: o ciclista tem sempre razão. Até fora das ciclovias. O problema está em que os ciclistas dificilmente respeitam por sua vez o personagem mais frágil no trânsito: os pedestres. Correm pelas calçadas mesmo quando há ciclovias, buzinam para sairmos da frente, não cuidam as crianças, não param no sinal vermelho e muitooo menos na faixa de segurança. Ora, se querem ser respeitados e se querem ser tratados como um veículo como outro qualquer, então porque também não respeitam as leis de trânsito? Juro que estes ciclistas tiram-me do sério, a ponto de desejar-lhes uma voltinha lá no Brasil para pô-los ao lugar porque não estão sozinhos no mundo (isto resolveria se voltassem vivos).  Já tinha lido a respeito destas figuras em Paris em que a falta de civismo é igual ao que passamos. Conto nos dedos de uma mão os que desceram de suas magrelas para andarem nas ruas em que carros são interditos e há grande aglomeração de pessoas. A maioria segue num zig-zag vertiginoso e ainda não sei como não vi ninguém ser atropelado. Por isto fico sempre de olhos atentos para os carros e principalmente para eles. Aqui nem nas calçadas estamos seguros, e sinto muito, mas ultimamente o que mais penso é "pr'os diabos que os carreguem, ciclistas!!".

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

O que a droga faz

Fotos

É impressionante, pessoas a envelhecerem dez anos em seis meses. Já sabia que seus efeitos são avassaladores, mas alguns estão tão maus que quase parece aqueles truques de photoshop - só que ao contrário. Tenham tento pessoal, é um caminho solitário e muitas vezes sem volta...

A primeira Ferrari a gente nunca esquece

Comprar ou não comprar? Guardar o dinheiro que ele tinha ganho da minha sogra no aniversário e comprar apenas uma bicicleta (ou biquileta como ele diz)? Pensei...este menino já teve a sua vida revirada do avesso não uma, mas duas vezes. Ficou sem quarto, sem brinquedos. Acostumou-se com um país e puft, acostumou-se com uma creche, cabuft. Duas vezes. Sempre torci o nariz para estes carros automatizados porque achava que criança tem de ser ativa, era muito mais de algo com pedal. Mas olha, dane-se, ativo já é até dizer chega, não é um carro que vai fazer assim tanto mal então, comprei! Vejam a cara de felicidade!


terça-feira, 1 de outubro de 2013

A moda de ter filhos

Dizem que a França está envelhecendo assim como o resto da Europa, no entanto o que mais vejo aqui são crianças e bebês por todo o lado. E não é só no caminho da escola, e não é também por esta pequena cidade ter nada menos que sete maternais (todos públicos), é uma constatação diária. Não é raro ver mulheres como eu digo "bem grávidas" (no sentido da barriga grande) com um bebê no carrinho e outro pela mão e mulheres extremamente jovens que eu especulo que não devem parar por aí. O marido diz que o governo dá incentivos, largas licenças de maternidade, mas creio que muitas sequer trabalham ou trabalharam e daí receberem uma ajuda conforme a renda do casal. Fico imaginando toda a roda de preconceitos que me passam pela cabeça, preconceitos estes que se formaram em uma sociedade que critica o excesso de filhos que os pobres insistem em por no mundo, que acha um absurdo o governo dar bolsa família, bolsa escola, etc. Aqui não são os pobres que enchem-se de filhos, talvez seja porque o governo não deixa que haja pobres. São os árabes, os africanos, outras etnias menos representadas de emigrantes e claro, os próprios franceses. Aqui estas ajudas abrangem grande parte da população e não é visto como vergonha recebê-las pois trata-se de um direito adquirido. Tais ajudas como estas entre tantas outras, como o meu curso de francês oferecido pelo governo por exemplo, fazem com que a França mereça o título de Estado Social. O que de certa forma me causa confusão é que estas mesmas ajudas são vistas no Brasil como assistencialismo barato, talvez por ser dirigida exclusivamente aos pobres, já que o Brasil apesar de também estar envelhecendo ainda não se preocupa com medidas como estas de incentivo a natalidade. 
A quantidade de filhos que virou moda por aqui, leva-me também a pensar que este deve ser o motivo de tanta preocupação para com a independência das crianças, afinal quem com três anos já sabe vestir-se e despir-se dá mais tempo para a mãe tratar de dois outros bebês cada um com a sua exigência. Ou talvez este seja o jeito meio germânico de criação já que estamos logo ali não é? Ainda tenho de me habituar a ver crianças de três anos a andar de bicicleta sem rodinhas e sem grande supervisão nas ciclovias e também na rua, assim como crianças de sete anos andando sozinhas à noite...


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