sexta-feira, 16 de outubro de 2015

A cera

Fabian deita sobre os meus joelhos depois de muitas ameaças. Tinha o ouvido esquerdo completamente tapado por uma bola de cera. Xinguei o médico em pensamento mais uma vez; ninguém me tira da cabeça que o fez de propósito ao tirar de um só ouvido para voltarmos novamente e claro, pagarmos outra consulta de 50 euros. Deve ser bom ganhar 50 euros em menos de dez minutos, enfim. Tinha a orelha na mão e a lanterna na outra. "Mãe, eu quero veeer". Ora, ninguém consegue enxergar a própria orelha, meu filho.  Mas está bem, eu tiro uma foto. Pensando nisto, foi bom ter apagado depois, agora que o meu telefone foi para o conserto. Sabe-se là o que iam achar de uma foto desfocada de um buraco preto...
Pego o remédio em uma tentativa de diluir a cera. Grito para o marido trazer algodão, mas chego à tempo de impedir o Fabian parado em frente ao armário da cozinha. Estava à procura do pote de algodão doce para por nas orelhas. Eu não sei o que faria ao ver dois chumaços cor-de-rosa lhe escapando das ditas, mas a minha sorte é que puxou ao pai: só acha alguma coisa quando esta se joga ao seu colo. 

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Maratona

No meu caso só se for de novela ou série. Eu sei que to sempre atrasada, mas só agora terminei de ver o último capítulo de Verdades Secretas. Foi uma semana devorando episódio atrás de episódio. Tenho algumas considerações a fazer: Gianecchini que que é isso meu Deus! Antes eu achava ele gato, mas agora que tá ficando mais velho, grisalho e tals, tá ficando do jeitinho que eu gosto. Ui abafa, abafa. Ameeeei o Visky, adorei a música dele também. Depois da gente estar acostumado com as novelas top brasileiras, não tem como ver de outros países...é porque não dá nem para comparar. Esta e a Avenida Brasil ficaram para a história, muito, muito boas.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Voltei

 Segundo dia naquela sala, poucos colegas e todos à volta dos setenta anos. "É um clube de aposentados", falou a professora com um sorriso meio borrado. Sim, foi para aqui que a Mairie me enviou quando perguntei sobre um curso de francês para estrangeiros. O curso se chamava "Auxilio à leitura em francês" e estava entre os de tricot, bordado e pintura. 
Somos em cinco: dois ingleses (Gavin e Jane), uma colombiana (Leonor) e um sueco (Boo ou seja lá como se escreve). Muito simpáticos e cheios de histórias. Por exemplo, ficamos sabendo do romance de verão de Boo com uma mulher casada e da sua preocupação em manter os níveis de testosterona. Hoje falamos sobre AVC, sobre a cirurgia no olho de Gavin por conta da pressão alta. Enfim, sinto-me como estivesse falando com os meus padrinhos, em casa, portanto. E feliz.
Jane quis saber porque deixei o Brasil e eu imagino que tenha passado a semana esperando para ouvir a resposta, já que ao final da primeira aula disse que não me achava deslocada, pois convivo com meu marido que tem 60 anos. 
A boa noticia é que apesar do Fernando estar constantemente me puxando as orelhas, quando digo que estou aqui fez dois anos em setembro, eles ficam admirados porque falo muito bem. Cof cof. Nem tanto, ainda tenho uma conjugação verbal terrível e às vezes escorrego o pé no inglês. De qualquer forma, para quem teve sempre dificuldade em línguas, acho que estou indo bem. Podia estar melhor, podia, mas agora com objetivos e aulas novamente, sinto-me mais estimulada a praticar. E hoje adquiri meu primeiro livro em francês: Nouvelles à Chute. Segundo a professora, pequenas histórias com final surpreendente  (como foi a minha vida ao deixar o Brasil). Quem diria, euzinha? 

Sobre o outro blog

A quem me enviou email, aquele blog eu fechei há muito tempo, desculpa!
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