sexta-feira, 13 de julho de 2018

O vicio do século

Eu admito, o problema também é meu, mas é que quando vejo ele com os olhos grudados no telefone me vem pensamentos de arrancar das mãos dele e atira-lo pela janela. Tento lembrar de como era antes em dois mil e pico quando o que  mais gostava eram de conversas soltas enquanto ele me massageava os pés. Naquela época em que os telefones serviam olha só: para telefonar. Tantas vezes os olhos se encontravam, ah, que falta que faz falar sem contato visual! Mas eu to te escutando!! Me responde indignado, as vezes mais ainda enquanto me culpa por perder uma corrida virtual. Engraçado como é a vida...antes eu era o centro, hoje eu o desconcentro. Depois de tanto chatear, eu consigo segundos de atenção: um olhar de soslaio. Anda, fala o que tu quer falar! E eu suspiro bem fundo para que ele possa saborear todo o ruído que sai pelas narinas, bem de-va-ga-ri-nho... e me calo. 
Proibi o celular nos últimos minutos de cama para que ele possa olhar para o meu rosto e reparar que eu não faço a sobrancelha há dias. E o que ele me faz imediatamente após descansar o celular no chão? Vira, me da um beijo de boa noite e diz para eu apagar a luz. 

Poser





Me internem o dia que ficar espalhando as  notas do meu filho no facebook. Ai que cafona senhores! Se for para se gabar do filho então seja a mãe deste menino de 8 anos que ja publicou dois livros em inglês e português:

https://g1.globo.com/educacao/noticia/menino-brasileiro-vai-ate-nova-york-para-pedir-que-o-portugues-se-torne-lingua-oficial-da-onu.ghtml


quarta-feira, 11 de julho de 2018

I drive my self crazy


Nunca pensei que fosse me tornar aqueles personagens caricaturais de filmes de terror, mas a vida meus amigos, ela surpreende. Sabe aquele ator sem expressão, com cara de quem já se fodeu feio e traumatizou? Geralmente ele serve para introduzir o mocinho (a) na história e deixar a gente com mais medo dos perigos que ele vai enfrentar. Ele não quer falar sobre o que aconteceu, fica naquela empatada básica e acaba sempre soltando uma frase meio sem nexo antes de sair de cena ( e sim, de morrer). Porque o infeliz tava lá vivendo a vida de merda dele até ser importunado e pumba, bater as botas. Essa sou eu hoje. E eu não queria por nada falar sobre o que eu passei. Seja por medo de não acreditarem em mim, seja por voltar a atrair os odiozinhos de estimação, seja por estar vivendo de certa forma encagaçadamente. Mas foda-se. Escrever sempre foi uma forma de terapia para mim. Então sim, eu vou falar. Voltando à vibe de filme de terror, se tem algum conselho que a gente aprende vendo essas coisas é: não invoquem espíritos. Mas eles sempre se referem ao jogo do copo, nunca falaram nada sobre cartas de baralho. E eu com toda a ignorância mesmo tendo passado parte da infância e adolescência em centro espírita, não me dei conta do perigo que eu tava correndo. Achava que as cartas eram um portal para o meu interior, estudei dois, três meses e fui aos poucos ficando obcecada com elas. Acontece que eu sou médium psicofônica, nunca saberia até ter passado por tudo isso. Dois espíritos desencarnados entraram em contato comigo e falaram através da minha voz. Não me deixavam em paz, não me deixavam dormir ou comer direito. Inventaram mil histórias loucas que se confundiam com um passado medieval aqui nessa cidade. E eu fui me afundando cada vez mais, com medo e desespero por não ter um centro espírita (ou de umbanda, já tava por tudo) perto. Um filho que já notava a diferença até no meu caminhar e um marido que não acreditava em mim. Fiquei duas semanas sem dormir e sendo de tal forma importunada que tinha perdido o controle da minha boca, que falava sem parar. Eu precisava urgentemente de ajuda e sabia que a única forma era ir para um hospital psiquiátrico. E então, depois de mais uma das loucuradas que cometi, meu marido disse um basta e finalmente fui internada em março de 2017, numa cidade a 40 km de casa. 
Eu hoje brinco que perdi a oportunidade de sair de maca gritando dentro de uma camisa de força ( para muita gente isso daria um excelente storie), pois não é para qualquer um. Mas eu já estava um bagaço: mistura de sono, cansaço e medo. Assim que entrei na ambulância eu desabei num sono profundo.

Tirando o pó da blogosfera

Estou voltando na cara dura como se nada  tivesse acontecido. Meio como aqueles hipsters que voltaram aos diskman com fones de espuma preta, volto eu à blogosfera ( é assim que se fala ainda? Ou já temos uma gíria nova?) Agora que a moda são vloggers e youtubers e o caralho a quatro . E esse post é de certa forma aquele tampão que antecede à diarréia que está por vir. Vou ali abrir as janelas para tirar esse cheiro de mofo, abunde-se aí que eu já volto.

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