quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Como é que se diz?


A primeira coisa que passa na minha cabeça sempre que imagino ou que acontece de falar francês, é uma mistureba de inglês e uma que outra palavra em francês. Hoje ao perguntar se a cueca do Fabian estava limpa, olhei para a professora e me saiu um: C'est clean? Dã! Mil vezes dã pra mim. A mulher me olhou e começou a falar em francês e rápido e depois virou-se para a outra educadora e deixou a tal cueca separada no canto da sala. Agora devo perceber a agonia que as crianças que ainda não sabem falar (direito) sentem. O que eu faço agora? Balanço os braços, faço mímica, choro?? Ah já sei! Atiro-me no chão! E choro. C'est parfait! Mas a atitude mais adulta que tive foi virar as costas e desistir e esgoelar o marido por ter esquecido de perguntar o que já havia lhe pedido duas vezes!
A minha tia disse que o segredo para aprender um idioma é não ter medo de errar. Não ter vergonha de falar como índio: "mim querer ir na mercado", por exemplo. É como uma criança quando aprende a falar. Passamos do apontar o dedo e umas palavrinhas soltas para a formação de frases com sujeito, pronome feminino e masculino trocados, tempos verbais esquizofrênicos e acentuações erradas. Ninguém aprende alguma língua e de cara sai falando fluentemente, todo mundo tem seus tropeços pelo caminho, e diz ela, depois que dá o click, as coisas começam a funcionar. 
Acho muito estranho o fato de não saber falar e ao mesmo tempo sonhar em francês. Nesta semana tive um sonho que estava na sala de aula do Fabian e tinha os pais muito alvoroçados porque queriam a antiga auxiliar de volta. A professora (que ainda não entramos num acordo se chama-se Florance ou Lorance), tentava acalmar os ânimos e nisto um dos pais, um árabe muito magro veio perguntar o que eu achava, se a Sophie deveria voltar. E apesar de ouvir tudo em francês e entender um pouco do que se passava, não consegui proferir uma palavrinha que seja. Fiquei ali com a boca aberta na ânsia de falar qualquer coisa e um vazio, uma mudez me paralisava e depois acordei. 
Queria era saber se este tal de click demora muito e se o meu não está com mau contato. Assim só naquelas, porque agora lembrei-me que a minha tia nem sequer fala outra coisa que não o português...

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Um bonjour e um aperto de mão

Hoje vou ser poupadinha no meu teor politicamente correto. As pessoas aqui são simpáticas, não há dúvidas de que o são mais do que os parisienses, mas são simpáticas e só. As pessoas são simpáticas, mas não são afetuosas e isto não é nenhuma surpresa porque já imaginava que assim seria. Há um porém que é o nosso coração apertadinho ao ver que isto é uma coisa que o Fabian tem de lidar diariamente. Na escola, quando o pai o deixa, a professora o recebe com um aperto de mão e ele tem de dizer "bonjú". É isto. Não há um abraço, ui heresia se fosse um beijo.
 Ele caiu semana passada, ralou o nariz, a mão e fez uma bola na testa que com certeza deve ter doído muito. Perguntei se a professora o acudiu e deu um beijinho e um abraço e ele me respondeu que não. Quem escreve nem é daquele time de mães excessivamente corujas, mas na hora deu-me uma tristeza que tive de disfarçar para que ele não percebesse.
O Fabian é uma criança muito afetuosa e que acho como quase todas as crianças, gosta de mimo e carinho. E como já disse, hoje não vou ser uma antropóloga e relativizar as culturas, hoje quero simplesmente dizer que para os pequenos o afeto é muito importante e que os acho frios, sim. Que o Brasil tem milhões de defeitos, mas  somos um dos povos mais abertos e amáveis. E que no meu ponto de vista prefiro isto a estes não-me-toques, a esta obsessão por ver as crianças o mais independentes possível, a esta incapacidade de baixar a guarda pelo que? Tem medo que a gente morda? Guardam seu amor para quem, para os cachorros?? Pois, eu até gosto de animais, mas as pessoas deviam vir em primeiro lugar e tenho dito!

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Fabionices (agora em francês)

Papai: C'est parti!
Fabian: Não é pa mim não, pai.


O pedófilo do facebook

Não costumo falar de assuntos da moda virtual, mas vou abrir uma exceção. Vi este alerta em um dos blogs que sigo que remeteram a outro blog que vou parar lá de vez em quando. Para início de conversa, vocês sabem que os pedófilos são pessoas que fazem as coisas na socapa não é? Que não tem perfis mesmo que fake em uma rede social famosa para cavarem a prisão através do número de IP sabem? É que na maioria das vezes são pessoas com certa inteligência para esconder este lado de toda gente e isto está mais para uma brincadeira de mau gosto, infelizmente feita por um brasileiro desmiolado em um perfil falso ou para ralar o juízo de algum amigo o qual descobriu a senha. Sejam um pouco racionais pessoas, sei que às vezes em determinados assuntos isto é difícil, mas façam um esforço. E quanto à blogger em questão, mais uma vez não falo mal de blogs aqui (embora pense vá lá), acho muito engraçado a história do "por isto que não gosto de fotos de crianças na net" e depois no post anterior está nada mais na menos que o que? Ah o filho dos outros pode! Porque hein? E mais não digo, porque teria muitas coisas a falar sobre este assunto. 
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