Eu me conheço há 28 anos e por isto mesmo sei que se não fizer um esforço enorme, não levanto a bunda do sofá e saio de casa. Segunda vou me matricular no curso de francês e espero que ainda neste final de semana também o faça na academia. Só tem um pequeno problema: ainda não tenho tênis. Se for por ai ainda me falta tanta coisa e apenas semana passada voltei a ser proprietária de uma bolsa. Ainda me falta o mínimo de maquiagem que uma mulher pode querer, tal como rímel, base e batom, além de umas pantufas (que aqui já está friozinho), meias, tops de ginástica, enfim...preciso repor as coisas que ficaram para trás. Por incrível que pareça, o Fabian é que com a única mala que trouxemos, está bem melhor que a mãe, com tudo que ganhou dá para passar bem este inverno!
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Como é que se diz?
A primeira coisa que passa na minha cabeça sempre que imagino ou que acontece de falar francês, é uma mistureba de inglês e uma que outra palavra em francês. Hoje ao perguntar se a cueca do Fabian estava limpa, olhei para a professora e me saiu um: C'est clean? Dã! Mil vezes dã pra mim. A mulher me olhou e começou a falar em francês e rápido e depois virou-se para a outra educadora e deixou a tal cueca separada no canto da sala. Agora devo perceber a agonia que as crianças que ainda não sabem falar (direito) sentem. O que eu faço agora? Balanço os braços, faço mímica, choro?? Ah já sei! Atiro-me no chão! E choro. C'est parfait! Mas a atitude mais adulta que tive foi virar as costas e desistir e esgoelar o marido por ter esquecido de perguntar o que já havia lhe pedido duas vezes!
A minha tia disse que o segredo para aprender um idioma é não ter medo de errar. Não ter vergonha de falar como índio: "mim querer ir na mercado", por exemplo. É como uma criança quando aprende a falar. Passamos do apontar o dedo e umas palavrinhas soltas para a formação de frases com sujeito, pronome feminino e masculino trocados, tempos verbais esquizofrênicos e acentuações erradas. Ninguém aprende alguma língua e de cara sai falando fluentemente, todo mundo tem seus tropeços pelo caminho, e diz ela, depois que dá o click, as coisas começam a funcionar.
Acho muito estranho o fato de não saber falar e ao mesmo tempo sonhar em francês. Nesta semana tive um sonho que estava na sala de aula do Fabian e tinha os pais muito alvoroçados porque queriam a antiga auxiliar de volta. A professora (que ainda não entramos num acordo se chama-se Florance ou Lorance), tentava acalmar os ânimos e nisto um dos pais, um árabe muito magro veio perguntar o que eu achava, se a Sophie deveria voltar. E apesar de ouvir tudo em francês e entender um pouco do que se passava, não consegui proferir uma palavrinha que seja. Fiquei ali com a boca aberta na ânsia de falar qualquer coisa e um vazio, uma mudez me paralisava e depois acordei.
Queria era saber se este tal de click demora muito e se o meu não está com mau contato. Assim só naquelas, porque agora lembrei-me que a minha tia nem sequer fala outra coisa que não o português...
terça-feira, 24 de setembro de 2013
Um bonjour e um aperto de mão
Hoje vou ser poupadinha no meu teor politicamente correto. As pessoas aqui são simpáticas, não há dúvidas de que o são mais do que os parisienses, mas são simpáticas e só. As pessoas são simpáticas, mas não são afetuosas e isto não é nenhuma surpresa porque já imaginava que assim seria. Há um porém que é o nosso coração apertadinho ao ver que isto é uma coisa que o Fabian tem de lidar diariamente. Na escola, quando o pai o deixa, a professora o recebe com um aperto de mão e ele tem de dizer "bonjú". É isto. Não há um abraço, ui heresia se fosse um beijo.
Ele caiu semana passada, ralou o nariz, a mão e fez uma bola na testa que com certeza deve ter doído muito. Perguntei se a professora o acudiu e deu um beijinho e um abraço e ele me respondeu que não. Quem escreve nem é daquele time de mães excessivamente corujas, mas na hora deu-me uma tristeza que tive de disfarçar para que ele não percebesse.
O Fabian é uma criança muito afetuosa e que acho como quase todas as crianças, gosta de mimo e carinho. E como já disse, hoje não vou ser uma antropóloga e relativizar as culturas, hoje quero simplesmente dizer que para os pequenos o afeto é muito importante e que os acho frios, sim. Que o Brasil tem milhões de defeitos, mas somos um dos povos mais abertos e amáveis. E que no meu ponto de vista prefiro isto a estes não-me-toques, a esta obsessão por ver as crianças o mais independentes possível, a esta incapacidade de baixar a guarda pelo que? Tem medo que a gente morda? Guardam seu amor para quem, para os cachorros?? Pois, eu até gosto de animais, mas as pessoas deviam vir em primeiro lugar e tenho dito!
Ele caiu semana passada, ralou o nariz, a mão e fez uma bola na testa que com certeza deve ter doído muito. Perguntei se a professora o acudiu e deu um beijinho e um abraço e ele me respondeu que não. Quem escreve nem é daquele time de mães excessivamente corujas, mas na hora deu-me uma tristeza que tive de disfarçar para que ele não percebesse.
O Fabian é uma criança muito afetuosa e que acho como quase todas as crianças, gosta de mimo e carinho. E como já disse, hoje não vou ser uma antropóloga e relativizar as culturas, hoje quero simplesmente dizer que para os pequenos o afeto é muito importante e que os acho frios, sim. Que o Brasil tem milhões de defeitos, mas somos um dos povos mais abertos e amáveis. E que no meu ponto de vista prefiro isto a estes não-me-toques, a esta obsessão por ver as crianças o mais independentes possível, a esta incapacidade de baixar a guarda pelo que? Tem medo que a gente morda? Guardam seu amor para quem, para os cachorros?? Pois, eu até gosto de animais, mas as pessoas deviam vir em primeiro lugar e tenho dito!
Assinar:
Postagens (Atom)