segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Papai Noel

Mal coloquei o nariz para fora de casa, passou um senhor devidamente paramentado em roupas de um vermelho vibrante, a barba falsa balançava ao vento, mas ele não estava em trenó nenhum. Pedalava deixando no ar o som de seus guizos, a barriga inexistente e o corpo esguio. Não se parecia muito com a imagem  que o Fabian ou qualquer criança tem do Papai Noel, mas com certeza serviria para encher os olhos. Olhos estes que espiam toda vez que abro a caixa de correspondência, enfiando-se adentro à espera de algum bilhete, e que das últimas mas vezes me "obrigou" a ler duas pequenas propagandas enfeitadas com bolinhas que alguém deixara. Hoje foi uma daquelas coisas de trago seu amor em três dias, resolvo problemas financeiros, amorosos, arrumo emprego, enfim. Mas o pequeno papel trazia algumas guirlandas e foi o que bastou para o Fabian arregalar a voz de surpresa: "mãe, o papai Noel escreveu um bilhete pra mim!! O que ta esquito"? 
Disse-lhe que o Papai Noel continua observando as crianças  e que o Fabian deve se comportar se quer que ele o visite. Dei uma olhada de novo no anúncio  do suposto médium, uma espécie de promessa de  papai Noel dos adultos; se há quem acredite naquele, que mal faz uma criança de quatro anos sonhar que o bom velhinho envia-lhe bilhetes? Para a realidade terá uma vida toda pela frente.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Atraso

Depois de três semanas longe, hoje à noite chega o marido. O voo está com uma hora de atraso, mas não importa. Chovendo ou não este vai ser um fim-de-semana feliz!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Dieta do pum


Gracyanne antes e depois:




Não pode ter outro nome algo que significa passar à batata doce, frango e ovo. Exigência do novo padrão de beleza feminino e masculino, o padrão de beleza de um equino puro sangue: músculos e veias rasgando a pele, gomos permeando o ventre, percentual de gordura tão baixo como o de atletas de esportes de alto impacto. Isto e os shakes (e também aquele coquetel de coisas que não admitem, mas tomam).
As modas corporais no geral me desgastam, mas esta é ainda pior. Que preço irá cobrar este alto padrão de beleza? Que será das "Gracyannes" Barbosa aos quarenta, aos cinquenta anos? Vózinhas de coxas de zagueiro lutando com as pelancas para que não desçam pela mini saia? Ou um futuro câncer no fígado, rins, etc? Não é uma simples questão de escolha, de liberdade para se fazer o que quiser ao seu corpo, mas sim um sistema perigoso de entrar em forma, diria até obsessivo. Por isto, foi com alegria que li uma reportagem em que a mais famosa guru da "boa forma", Bella Falconi, resolveu parar com esta loucura. Conhecida pelo abdômen trincado e também pelas coxas tremendamente definidas, ela reconheceu que este estilo de vida era tudo menos saudável.  Os hábitos que desenvolveu se assemelhavam às privações da anorexia e com resultados parecidos, entre eles, a suspensão da menstruação e a constante deficiência de vitaminas.
Esta semana a imprensa acompanhou o caso de uma modelo fitness que está internada com infecção na zona que aplicou um gel modelador a fim de engrossar ainda mais as coxas. Sinceramente não acho nem um pouco bonito para ambos os sexos esta moda, porém ela tem se mostrado não apenas anti-estética como um potencial risco de vida aos seus praticantes. E nisto já tivemos pessoas gordas como bonitas, pessoas magras, pessoas macérrimas,pessoas saradas, para quando a vez de pessoas "assim-assim"? Estou sonhando alto ou meu filho ainda verá um corpo "normal" nas capas de revista? 

Curiosidade

Quem disse que a paz tem que ser bela?


Uma das coisas que notei quando varri sites de imobiliárias atrás de apartamento, foi que por mais alto que seja o imóvel, eles não possuem aquelas redinhas de proteção. Eu, mãe de um menino de quatro anos em plena fase dos super heróis, acho no mínimo curioso que os pais não se preocupem se naquelas cabeças de vento desperta a ideia de que podem voar. Isto ao que parece, é apenas mais uma das tantas evidências de como os brasileiros encaram a educação infantil de uma forma completamente oposta aos franceses. Ora, se para nós basta haver uma mísera sacada e às vezes nem isto, janelas no primeiro andar já bastam para enchermos de telas, aqui eu já vi algo como apartamentos no décimo andar sem qualquer proteção (e os brinquedos espalhados indicavam por certo haver ao menos uma criança pequena ali). 
Será que as crianças francesas são assim tão obedientes? Será que os pais são assim tão displicentes? Costumo pensar que não há certo nem errado no que diz respeito à cultura, no entanto quando envolve a segurança de bebês que estão longe de compreender um "não", como este povo faz? Tem um olho nas costas? Nunca os deixam sozinhos? 
Realmente acho um exagero algumas particularidades brasileiras em gerir a criação, particularidades estas que acabam por formar crianças dependentes demais, e a exemplo disto tenho a minha própria infância como base. Porém têm questões aqui que ainda não me batem bem, esta história das redes de proteção, assim como as crianças andarem sozinhas de bicicleta a seguirem os pais, sabe lá a que distância, sem que os mesmos sequer olhem para trás para saber se ainda estão lá. Acredito que apesar dos séculos, aqui parece perdurar a ideia de infância como na Idade Média: não há crianças e sim pequenos adultos semi-selvagens que necessitam de serem domados desde o primeiro choro. Prova disto é a larga porcentagem de pais que aderem ao que mais tarde ficou conhecido como o método Stivill, que nada mais é do que o antigo "deixar chorar até dormir". Às vezes me pergunto se estas crianças têm pais ou adestradores...
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