domingo, 9 de agosto de 2015

Não entendo

Talvez nunca vá entender mesmo. Não entendo porque vejo mulheres exaltando a maternidade e depois tem filhos só para por em uma creche (não trabalham) ou no caso de uma conhecida, passava os dias suspirando sobre o quanto queria ter filho. Engravidou uns anos depois, o menino mal tinha nascido e ela andava a querer voltar a trabalhar pois estava desempregada. O senão é que ela era aeromoça, ora uma profissão no meu ponto de vista, completamente inconciliável com quem tem um bebê de colo. Depois de muito insistir, ela está em outro estado fazendo um curso de preparação para começar em uma outra empresa, entregou o filho para os avós criarem, o marido se desresponsabilizou e para quê? Para ver o filho através de vídeos do whatsapp e visitar uma vez no mês?
Tenho mesmo a impressão que em muitos casos que conheço ter filho virou um capricho, uma modinha. Se sabe-se à partida que não terão o mínimo de tempo  para estarem presentes, mais valia adotarem um gato, sei lá, porque até cachorro demanda algum trabalho. E depois vão dizer aos quatro cantos que amam ser mãe, que isto as completou, patati papata. Da mesma forma como se pegassem o gadget mais cobiçado do ano, tirassem foto para se gabar, para logo em seguida depositarem em um canto qualquer.

Bipolar/Apolar

A água escorria pelas minhas mãos. Sempre achei  hipnótico  lavar coisas. Limpar, lavar. Esfregar. Colocar detergente na esponja, apertá-la como se fosse esganar alguém até sair espuma e escorregar pelos dedos. Sempre que lavo louça escuto da voz a mesma frase: polar dissolve polar, apolar dissolve apolar. O mantra que guardei das aulas de química, assim como o movimento característico dos pés do professor para frente e para trás, como se estivesse balançando-se em uma cadeira imaginária, mantendo um giz em cada mão. 
É inútil questionar o porquê de tantas coisas que poderia a memória ter guardado, só consiga me lembrar desta fatídica frase. E já nem sei se a gordura é polar ou apolar, mas sei que é por isto que é mais fácil retirá-la com detergente e quase nada de água. 

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Parem o mundo que eu quero subir!

Escrever já foi minha terapia. Agora é mais como se eu fosse aquele paciente estranho dos filmes que gasta uma hora em silencio olhando para o psicólogo. A ansiedade de que a vida avance é como um pano de fundo, a gente pode fingir que ela não esta là, mas é impossível fingir o tempo todo. Nos sabotamos ao não colocar nossos medos para arejar, qual trapos surrados quiçá molhados pelas lágrimas que não conseguimos deixar ir.
O mundo pára para que nós desçamos e continua. E continua. E continua a rodar. E nós ficamos ali parados, olhando as pessoas e suas vidas em janelas virtuais, vivendo seus dramas e conquistas, alheios de que os observamos com inveja. 
Há momentos em que pensamos em desistir, outros em que a raiva é tanta que rogamos pragas a qualquer um que ouse sorrir perto de nós. E depois há momentos em que desinflamos e não conseguimos sentir nada. Deixamo-nos ficar à deriva de expectativas, hipnotizados pelo mundo que gira e continua apesar de nós. 

Prazer, eu!

Quando estou triste eu:

(  ) Procuro um amigo otimista para conversar

(  ) Lembro que outras pessoas tem problemas piores que os meus

(  ) Saio para dar uma espairecida

(X) Ouço "Behind Blue Eyes" em looping

(X) Leio comentários de sites de jornal para perder de vez a fé na humanidade.

No one knows what it's like
To be the bad man
To be the sad man
Behind blue eyes..



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