É complicado ser gorda em um país de magros. Sair de casa é, parafraseando Narcisa Tamborindeguy, uma ousadia. Para começar nas roupas: cheguei em um estado que fui obrigada a pegar emprestado os casacos do marido. O conjunto fashion se completa com umas calças de moletom e os tênis de sempre. Agarro-me à minha cara de paisagem e saio. Velhas e velhos esquálidos me olham com jeito de "onde saiu isto"? E eu tenho certeza de que estou virada em um pudim gigante, só me vem à cabeça Nicki Minaj cantando "I got a big fat ass". Sim, queridinha, mas tem o resto todo no lugar! Então pshhhhh.
E aqueles potinhos que levava para casa com o que sobrava da festa? Franceses, vocês não tiveram infância... |
Não tenho culpa de que de onde eu vim, nas festas de aniversário, não se fazia o bolo contando a dedo o número de fatias com o número de convidados. Provavelmente minha mãe teria gostado disto, lhe pouparia das milhares de recomendações.
Eu comendo qualquer coisa saudável. |
Chegou a hora de correr atrás de todo o prejuízo, voltar a caber naquelas roupas escrupulosamente arrumadas no armário. E como quero fazer isto? Correndo de dia e comendo chocolate de noite, cruzes!! Ainda bem que na próxima semana o Fabian vai começar a almoçar na escola, o que me dá três dias inteiros, e duas manhãs só para mim (nesta escola não há aula nas quartas e sextas à tarde).
Já fui olhar uma academia que fica a uns 5 minutos a pé, portanto, a parte de se mexer já está pensada. Meu problema é e sempre foi a alimentação: comer verduras, cortar doces, diminuir o sal... comer frutas... Mas reconheço que vou precisar mudar se quiser fazer as pazes comigo e deixar de parecer o boneco de Olinda desfilando na rua.