terça-feira, 24 de março de 2015

Só eu (spoilers)

Primeiro assistimos Game of Thrones. Assistimos, não, devoramos. Depois fui atrás dos livros e eles me fizeram companhia nos quase cinco meses em que ficamos um em cada ponta da França. Esta semana o marido me diz:
- Assim não vale, tu me disseste que não morria ninguém importante nos últimos livros.
- Ah, eu esqueci, morre sim, mas eu já tinha te falado.
- Não, tu não me contaste da Brienne!
- O que tem ela?
- A Brienne morre. Enforcada!
- Não morre nada.
- Morre sim.
- Onde?
- Aqui ó.  - passando o dedo no livro quatro.
Eu "folheio" (devia dizer dedeio) e tudo aquilo me parece estranho. Não lembrava de nada desde as primeiras páginas...Não acredito que pulei o livro quatro! Logo eu que estava bem à frente e tinha terminado a tempo todos os livros das Crônicas de Gelo e Fogo. Mas agora faz sentido que eu tenha sentido falta de algumas coisas, pudera, as 800 coisas que separam o livro três do cinco...

Por que é que eu deixo?

Às vezes sinto-me como o Émile (para quem não sabe, é o irmão do Remy do Ratatouille) a travar seu monólogo na cozinha enquanto a velha dorme. Eu deixo ele acabar com as minhas pernas, me desarrumar todo o cabelo, transformando-me em um trapo pingando e pegajoso (eca!). Um trapo prestes a ter um infarto. E por que é que eu deixo? Shaun T eu te odeio! E principalmente odeio a forma como sempre volto para ti ainda mais gorda do que da última vez. E tu finges que não estou lá, só repetes sempre a mesma coisa com um fôlego de chita: its all about speed. You Can do it. Dig deeper! Eu tento, mas desse jeito vou parar na China. 
E lá vai socos para o ar, corridas no mesmo lugar, polichinelos, agachamentos, tá, na parte das flexões eu pulo. Sempre pulo. Se só fosse possível emagrecer fazendo flexões e molhando a salada com vinagre, acho que ficava de boas gorda. 
E continuas quarenta e tantos minutos para quê homem, se ninguém passa dos quinze? Lembro-me com muito boa vontade de chegar aos 17, o que acontece depois disto é terreno desconhecido para mim. E não posso esquecer do balão chacoalhando, fazendo plop cada vez que eu pulo como se fosse um marcador de tempo. Além daquele momento que finalmente cedo ao Capitão Nascimento que parece surgir do nada quando ligo o dvd. Pede pra sair! Já to saindo, calma, calma. E escuto, ela desistiu, a Bonitinha desistiu! Eeeee! Mas toma mais quarenta minutos de elíptica para não ficar muito feliz. 






Não se faz mais nada sem contar para os outros

Já deve ser a terceira vez que vejo uma notícia destas e de todas as vezes, apesar de desculpar-me mentalmente, só me ocorre chamá-los de idiotas. Uma tirou uma selfie enquanto dirigia e depois bateu em uma ponte e morreu, outra fez uma sequência de fotos em que sorria ao lado do amigo, fotografava o velocímetro a mais de 180 km por hora e por último, uma selfie toda machucada com cara de desespero e a legenda: capotou! Ontem dei com a notícia de um jovem estadunidense que havia levado um tiro. Sorrindo e mostrando a camisa ensanguentada, o jovem dizia quase com orgulho: fui baleado. E eu fico tipo...que merda de mundo é este? Abriram a porta dos hospícios todos? De onde esta necessidade de que os outros tem que saber tudo que nos acontece? Parecem crianças de quatro anos que estão sempre "mãe, mãeeeee, ohh mãe, olha o que eu to fazendo!". Casos menos patológicos circulam pela minha timeline, aquela fulana que tem uma necessidade de trocar a foto de perfil todos os dias para que a chamem de linda, mesmo a gente vendo que não, mesmo a gente vendo que não é possível que cinquenta ou mais pessoas tenham gostado realmente daquela foto. Aquele fulano que corre para contar o novo modelo de telefone, vídeo game ou carro na garagem. Aqueles cicranos que tem de marcar pessoas e fazer check in de cada vez que vão comer uma pizza fora de casa. Porque sim, estava muito bom, estava, não é Marizinha, Luluzinha, Joãozinho e Marcos Felipe? 
Sério que não entendo, ou melhor até entendo, mas acho triste, ao invés de inveja (que no fundo é o que gostariam de causar) me dá dó. E às vezes crises de riso, porque ninguém é de ferro.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Eclipse

Ontem recebemos um aviso que as crianças não teriam recreio na rua por conta de um eclipse. Para que não ferissem os olhos ao tentar enxergar o sol, iriam permanecer na sala de aula com as persianas fechadas. Agora me pergunto, está nublado quase chovendo, será que vão ficar na sala na mesma? Por ser este  povo muito dado às regras, eu já não duvido de nada.
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