quinta-feira, 21 de maio de 2015

Se eu aceitasse era capaz de doer menos

Uma das coisas que a vida tem tratado de me ensinar é o quanto sou tola em acreditar na sua imutabilidade. Chegou um ponto que disse: vida, não mexas mais! Está bom assim. Mas parece que nasci mesmo para andar em montanha russa, logo eu que detesto alturas e a sensação de que o estômago vai sumir cada vez que rodopio. 
Quando fui buscar o Fabian na escola, voltei olhando para o prédio da esquina. Olhei para a sacada do primeiro andar, é lá que eu moro. Ainda tenho casa...mas e amanhã? O que será será? Não disse nada, mas o que mais me mata foi ter ignorado as vezes que o marido contou que achava que aquilo não andava bem. Eu: o quê, deixa de ser pessimista! Eu, logo eu, a pessoa que vê o copo vazio e que pela primeira vez brincava de o ver meio cheio. O que mais me dói é ter esta inocência ainda cravada dentro de mim. Não nasci para morrer perto do mar, nasci para espirais e afundamentos em grande velocidade, nasci para aquela sensação de subida que fazemos com tanto esforço, acabar em um abismo em poucos segundos.

2 comentários:

  1. Espero que seja apenas uma nuvem negra passageira. Para que como desejas a montanha russa pare... Beijinho e pensamento positivo.

    ResponderExcluir
  2. Obrigada, Mieke! Ah, antes que me esqueça, feliz aniversário!
    Beijinhos

    ResponderExcluir

Web Statistics